terça-feira, 25 de novembro de 2008

Sobre o 4° Encontro do Ciclo de Debates

Acontecerá no dia 04/12/2008, na sala 01 da Sede da Unipampa- Bagé, o 4° Encontro do Ciclo de Debates em Estudos da Linguagem.
Tema: "Alfabetização e letramento: uma leitura pela história da educação"
Palestrante: Prof. Ms. Alessandro Bica (Unipampa)

Debatedora:Profa. Msc. Aline Bagetti (Unipampa)



Os textos sugeridos estarão disponíveis na Plancópias ou por e-mail aos participantes.

3 comentários:

Ester Dias disse...

Pode ser observado através da apresentação, que a alfabetização e o letramento perpassa uma trajetória na história com algumas modificações na essência de seus conceitos. Acredito que a idéia hoje vai além da alfabetização (o saber da leitura e escrita),e sim direciona-se para o Letramento, através do qual é entendido não apenas como uma condição de quem lê e escreve, mas também quem reflete cultivando e exercendo as práticas sociais.

Josiane Quintana disse...

é interessantíssimo lembrarmos o conceito de letramento, o qual erroneamente consideramos saber ler e escrever.

Suiene disse...

História do Letramento

O termo letramento surgiu no contexto educacional brasileiro em 1986. Quanto a origem do letramento muitos autores divergem, para Magda Soares (1998) letramento é uma versão, em português, da palavra “literacy” que significa pessoa educada, especialmente capaz de ler e escrever, para Mary Kato (1986) a língua falada culta é conseqüência do letramento. Há também divergências a respeito das concepções acerca do termo letramento, para a autora Leda Tfouni (1995) letramento e tuda as pessoas alfabetizadas e analfabetizadas, para Soares (1998) há duas dimensões de letramento, a primeira diz respeito a dimensão individual sendo o letramento um atributo pessoal e a segunda dimensão social sendo a introdução da escrita numa determinada sociedade capaz de produzir conseqüências e transformações políticas, sociais, econômicas e lingüísticas, para Street (1984) o letramento deve ser considerado no plural e não um único letramento devido as diversas linguagens e escrita, para Kleiman (1995) letramento define-se “como um conjunto de práticas sociais que usam a escrita, enquanto sistema simbólico e enquanto tecnologia, em contextos específicos para objetivos específicos.
A partir da década de 80 surgem novos estudos de letramento que apontam um modelo autônomo e um modelo ideológico de letramento. No modelo autônomo de letramento os estudos de Goody (1986), Havelock (1982), ONG (1982) definem letramento como “uma ferramenta neutra que pode ser aplicada de forma homogênea, com resultados igualmente homogêneos em todos os contextos sociais e culturais.
No modelo ideológico de letramento os estudos de Graff (1979), Scribner & Cole (1981) postulam que este modelo de letramento tem como base a natureza social de letramento e considera leitura e escrita como práticas sociais.

A partir dos diferentes conceitos de letramento pode-se dizer que a divergência explica as diversas formas de alfabetização e a existência de analfabetos funcionais que se faz presente nas salas de aula e na sociedade?


História da Alfabetização

Na fase inicial de aprendizagem das crianças, os métodos de ensinar leitura e escrita eram um instante de passagem para um mundo novo, para o Estado e para o indivíduo, o mundo do conhecimento.
No decorrer do ensino da alfabetização novos métodos de ensino inicial da leitura e da escrita foram criados e sucessivamente substituídos por novos métodos.
Nas décadas finais do século XIX o período de alfabetização divide-se em três segmentos sendo peculiar a estes a disputa em torno de certas tematizações, normatizações e concretizações relacionadas com o ensino da leitura e da escrita.
No primeiro momento define-se como metodização do ensino, a qual consiste nos métodos sintéticos da soletração, do fônico e da silabação que se contrapõem ao método “João de Deus”, o qual consiste no método da palavração. Este momente se estende até o inicio da década de 1980.
O segundo momento consiste no método analítico em que o ensino de leitura inicia-se pelo “todo” e finaliza com a análise das partes constituintes. A partir disso as abordagens iniciais variavam de acordo com o educador em que uns iniciavam pela palavra, outros pela sentença e outros pela historieta. Este método prolongou-se até meados do século de 1920.
O terceiro momento trata-se da alfabetização sob medida no como ensinar subordinada a maturidade da criança a quem se ensina; a aprendizagem subordina-se a psicologia. Este momento estende-se até o final da década de 1970.
O quarto momento trata-se da alfabetização construtivista e desmetodizada, em que a abordagem construtivista enfatiza o processo de aprendizagem da criança (sujeito cognoscente) e na desmetodização do processo de alfabetização em que a aprendizagem independe do ensino. O construtivismo estende-se até o contexto atual, a exemplo, a sua institucionalização nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs).
Com a alternância do método velho para o novo, inovações para o ensino foram criadas sob a influência do método velho que possibilitou novos olhares para o ensino. Assim a alfabetização possui um ciclo entre o velho e o novo que se complementam a fim de encontrar melhores alternativas a alfabetização.

Seria possível trabalhar com a alfabetização através de métodos, além dos sincrônicos, diacrônicos, de forma a complementar o ensino de alfabetização?